Publicado por: CS - UNAMA | 9 de outubro de 2010

É AMANHÃ!!!

Delegados, amanhã começam os trabalhos do maior modelo da América Latina!!!

 

Photo: Fardin Waezi / UNAMA.

 

Estão animados? Preparados e com seus DPOs prontos?

Sejam todos muito bem vindos ao Conselho de Segurança UNAMA!!!

 

Aguardamos vocês!

Clarice – diretora

Luísa e Douglas – diretores assistentes

Publicado por: CS - UNAMA | 8 de outubro de 2010

CRONOLOGIA AFEGÃ

Dando continuidade ao post especial do final de semana, o blog do Conselho de Segurança – UNAMA apresenta hoje uma cronologia do Afeganistão destacando os principais fatos da história do país!

República Islâmica do Afeganistão

– Área: 647,5 mil km²

– Independência: 19 de Agosto de 1919 (do controle Britânico)

– Línguas oficiais: pashtu e dari

– Religião: mulçumana

– Moeda: afegani

– População: 33,6 milhões

– Expectativa de vida: 44,6 anos

– PIB (paridade de poder de compra): US$ 23 bilhões

Histórico

O Afeganistão dividido em tribos foi unificado em 1747 e foi motivo de brigas entre os impérios britânico e russo até sua completa independência em 1919. Após experimentar a democracia um golpe em 1973 inaugurou um período de conflitos que dura até hoje no país. Em 1978, um contragolpe comunista estabeleceu a República Democrática do Afeganistão. A ex-União Soviética invadiu o território no ano seguinte com 30 mil homens e ajudou os comunistas em uma luta ferrenha contra rebeldes tribais mulçumanos. A saída soviética ocorreu em 1989, mas a diferença entre os grupos fez com que a guerra civil continuasse.

1993

Líderes afegãos com representantes de países islâmicos assinam acordo de paz.

Facções mujahedin concordam em formar um novo governo.

Burhanuddin Rabbani, de origem étnica tadjique, é proclamado presidente.

1994

 

Um grupo de aprendizes do Islã, liderados por Mullah Mohammed Omar, se organiza no sul do Afeganistão com financiamento paquistanês. O Talibã conquista Kandahar e Charasiab.

 

 

 

 

1996


Imagem da TV BBC mostra o líder  Mullah Mohammed Omar durante comício antes do vitorioso assalto a Cabul.

O Talibã assume o controle e introduz uma versão radical do islamismo. Rabbani foge para se unir à Aliança do Norte, que combate o Talibã.

 

1997

Rabbani fala com o presidente iraniano Ali Akbar Hachemi Rafsanjani. Irã organiza conferência de paz afegã.

Ela é boicotada pela milícia islâmica dos talibãs, que controla Cabul e dois terços do país.

O Talibã é reconhecido como governante legítimo do país por Paquistão e Arábia Saudita.

1998

Vista aérea de um campo de desabrigados em Shang-i-Ghar após terremoto que matou milhares de pessoas. No mesmo ano, os Estados Unidos lançam mísseis contra supostas bases de Osama Bin Laden, acusado de ser o responsável por atentados a bomba em embaixadas americanas na África.

 

 

 

Março de 2001

Mesmo com esforços internacionais para preservar estátuas gigantescas de Buda, o Talibã conseguiu as destruir.

No mês de abril, o líder Talibã Mohammad Rabbani faleceu de câncer.

Setembro de 2001


Dois aviões se chocaram contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, causando a morte de mais de 2700 pessoas. O presidente Bush responsabilizou a rede de Osama Bin Laden pela tragédia e anunciou uma ofensiva ao terrorismo.

Agosto de 2009

No dia 20 deste mês, os cidadãos afegãos votaram para escolher seu novo presidente. A votação ocorreu mesmo após o Talibã anunciar um boicote as eleições e atacar 15 províncias do país. Com denúncias de fraude e um resultado provisório que indicou a reeleição de Hamid Karzai, a Comissão de Queixas aceitou pedidos para anular milhares de votos e anunciou um segundo turno entre Karzai e Abdullah Abdullah.

Novembro de 2009

O candidato a presidência Abdullah Abdullah anunciou a retirada de sua candidatura, afirmando que ‘ações equivocadas do governo e da comissão eleitoral afegã’ o levaram a não participar do pleito. A Comissão Eleitoral Independente cancelou o segundo turno e Karzai tomou posse da presidência, prometendo combater a corrupção e convocando seus opositores para uma reunião de união.

Dezembro de 2009

O presidente estadunidense Barack Obama anunciou o envio de mais de 30 mil soldados ao Afeganistão. Obama garantiu que a operação, avaliada em US$30 bilhões, é ‘vital’ para o ‘interesse nacional’ dos Estados Unidos.


 

 

 

 

Fevereiro de 2010

Com mais de 15 mil soldados escalados, a OTAN deu inicio, em conjunto com o exército afegão, à maior ofensiva desde 2001. O objetivo da ação é acabar com a insurgência no sul do país. Apesar do apelo de Karzai, há morte de civis.

 

 

 

 

 

Junho de 2010

O chefe das forças americanas no Afeganistão, o general Stanley McChrystal foi demitido de seu cargo após ceder entrevista à revista ‘Rolling Stone’, com declarações consideradas ofensivas a membros do governo Obama. O general foi substituído por David Petraeus e Obama anunciou que a política de guerra continuará a mesma.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/07/raio-x-da-guerra-afeganistao.html

FALTAM 2 DIAS PARA O MAIOR MODELO DA AMÉRICA LATINA! #MINIONU

 

Publicado por: CS - UNAMA | 7 de outubro de 2010

SAIBA MAIS SOBRE A AL-QAEDA

  • O QUE É

Mais conhecida no mundo depois dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, em 11 de setembro de 2001, a rede terrorista internacional criada por Osama bin Laden no final dos anos 80 tem entre seus objetivos reduzir a influência ocidental e substituir os governos de países muçulmanos por regimes fundamentalistas.

 

As torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, atingidas por dois aviões no atentado suicida de 11 de setembro de 2001 (Foto: Peter C. Brandt/Getty Images/AFP)

 

  • ORIGEM

A palavra al-Qaeda (em árabe “base” ou “alicerce”) era usada em meados dos anos 80 entre radicais islâmicos vindos de vários países para defender o Afeganistão da invasão soviética, deflagrada em 1979. Em agosto de 1988, Bin Laden e um grupo de seguidores criaram, na cidade paquistanesa de Peshawar, um grupo militante para continuar a “guerra sagrada” mesmo após a desocupação do Afeganistão e batizaram com o nome, no que seria a primeira célula da organização.

 

Imagens de TV sem data do canal árabe al-Jazeera mostra o saudita Osama bin Laden (dir) com um dos seus ajudantes, o radical egípcio Ayman al-Zawahri em um dos campos da al-Qaeda no Afeganistão (AFP)

 

  • COMO OPERA

Entre 1991 e 1996, a al-Qaeda atuou na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. Durante o regime Talibã, a organização fincou sua base de operações no Afeganistão. Após o 11 de Setembro, sua liderança deixou o país, invadido pelos EUA, e voltou a atuar em áreas tribais paquistanesas. Analistas acreditam que os seguidores de Bin Laden são responsáveis por treinar terroristas e por ter introduzido a prática dos ataques suicidas, assim como de dar suporte a grupos extremistas no Iraque, Iêmen e norte da África.

Imagens de 1997 e 2001 mostram antes e depois de estátua de Buda datada entre os séculos II e V destruída pelo Talibã. (AFP)
  • PRINCIPAIS ATAQUES

Além do ataques de 11 de setembro nos EUA, o maior da história do país, e da recente tentativa de explosão de um vôo entre Amsterdã e Detroit, estão entre os atentados atribuídos ao grupo que matou cerca de 200 pessoas no metrô de Madri, em março de 2004, o que atingiu o sistema de transporte público de Londres, em julho de 2005 e o atentado suicida que matou a ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Buttho.

Um homem preta tributo às vitimas do atentado de 11 de março de 2004, que matou 191 pessoas no metro de Madri. (AFP)
  • QUAL O TAMANHO

Por sua organização descentralizada, é impossível precisar quantos membros compõem hoje a al-Qaeda. Os Estados Unidos estimulam em centenas ou até milhares de militantes espalhados por diversos países, com uma concentração de lideranças no Paquistão e integrantes incorporados de outros grupos no Oriente Médio, sul e centro da Ásia, África e Europa.

Fonte: http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1439928-16107,00-CONHECIDA+APOS+DE+SETEMBRO+ALQAEDA+INICIOU+ATIVIDADES+NOS+ANOS.html

Publicado por: CS - UNAMA | 5 de outubro de 2010

GUIA DE ETIQUETA

DSI - 10º MINI ONU

Senhores delegados,

Como todos sabem, a data do início das negociações se aproxima e, com ela, nossos anseios e dúvidas crescem em progressão geométrica.

O post de hoje vai tratar de questões de ordem prática, todas elas ligadas a um tema central: a etiqueta no ambiente diplomático. O texto tem por objetivo sanar algumas dúvidas e incentivá-los a serem os delegados mais polidos desse Mini-ONU!

Portanto, segue um guia prático de como se portar durante as negociações:

1 – Vestimenta

A vestimenta é um item de grande importância, afinal, é muito mais prazeroso debater quando os colegas estão vestidos de acordo, não é? Para os meninos: o terno é indispensável, assim como a gravata com um nó bem dado, a camisa para dentro da calça, a barba feita e o cabelo penteado. Para as meninas: terninhos, vestidos sóbrios, saias até o joelho e sapatos de salto alto são bem-vindos, assim como maquiagens discretas. É fundamental lembrar que Outubro é um dos meses mais quentes do ano e que o bem-estar de todos é vital. O que não é bem-vindo: jeans, camisetas, bermudas, saias curtas, tênis e chinelos, decotes, maquiagem e perfumes exagerados, etc.

2 – Celular

Deve ser mantido desligado enquanto o comitê estiver em andamento. Simples assim.

3 – Comunicação com a mesa e com os outros delegados

É desejável que os delegados se comuniquem entre si e com a mesa diretora. Entretanto, não é interessante que os delegados se movimentem excessivamente no comitê durante os debates (com a exceção dos debates não-moderados) por dois motivos principais: a movimentação excessiva pode dispersar o foco das discussões e a mesa diretora pode ter sua atenção desviada. Desta forma, pedimos aos senhores delegados que, quando quiserem se comunicar com a mesa diretora ou com os colegas, que enviem bilhetes através de nossos voluntários. Assim o foco dos debates não será desviado e manteremos um canal de comunicação eficiente.

4 – Linguajar

Lembrando, mais uma vez, que estaremos em ambiente diplomático, tomar cuidado com a linguagem empregada (tanto falada quanto escrita) é mais do que importante: é imprescindível. Não ofender os colegas, não utilizar de expressões demasiadas informais e observar as regras ortográficas e gramaticais, são apenas alguns dos pontos importantes. Ademais, pedimos que os senhores tenham atenção para/com seu tom de voz.

5 – Postura

Estamos partindo do pressuposto que os senhores estão, a esta altura, preparados para darem o melhor de si na simulação. Assim sendo, também esperamos que os senhores saibam fazê-lo sem que, para isso, seja necessário desrespeitar os colegas, os diretores ou os voluntários. Alguns pontos relevantes:

  • Respeite o discurso do outro, mesmo que você não concorde; a discordância entre delegados é positiva para o enriquecimento das discussões, mas tudo deve ser feito com cortesia;
  • Respeite as decisões dos diretores: eles estarão lá para garantirem o bom andamento do comitê;
  • Os voluntários não são escravos de ninguém, são eles que fazem com que a logística do comitê ocorra e que nada falte aos senhores;
  • Evite comer dentro do comitê: caso queira se alimentar durante os debates, pedimos que o senhor o faça do lado de fora do comitê (lembrando que beber água é permitido o tempo todo);
  • Nenhuma forma de violência será tolerada: nem verbal e muito menos física. Ao menor sinal de agressão entre os delegados, esses serão advertidos e poderão ser convidados a se retirar do comitê;
  • Entre outros.

No mais, desejamos que o convívio entre todos seja o melhor possível e que as discussões sejam proveitosas, e que os senhores tenham o CS UNAMA do 11º MINI ONU como um evento memorável!

Publicado por: CS - UNAMA | 3 de outubro de 2010

O AFEGANISTÃO.

Hoje o blog do CS UNAMA preparou um post muito especial: um panorama do Afeganistão, desde quando a sociedade internacional o via apenas como mais um país do Oriente Médio, para um dos principais atores mundiais em relação à nova ordem do dia: a segurança contra o terrorismo! A seguir, acompanhe os principais acontecimentos que envolvem o Afeganistão até os dias de hoje!

Histórico: os soviéticos e os talibãs

Para entender o Afeganistão de hoje é preciso voltar um pouco no tempo. Em 1978, em plena Guerra Fria, um golpe levou ao poder no Afeganistão um governo comunista apoiado pela União Soviética (URSS), mas que sofreu bastante resistência interna.

No ano seguinte, a URSS invadiu o país, bombardeando vilarejos e prendendo civis.

Guerrilheiros religiosos, os mujahideen, financiados pelos EUA e pela Arábia Saudita, formaram a principal resistência à ocupação, usando a ‘guerra santa’ muçulmana, a jihad, como grande causa. Entre esses guerrilheiros, estava o futuro líder da rede al-Qaeda, Osama bin Laden.

Mas as guerrilhas rebeldes, concentradas em sua maioria no Paquistão, não estavam unidas, e de nada adiantava a ajuda em armas e dinheiro enviada pelos americanos.

Com a decadência da URSS e a saída dos soviéticos dez anos depois, em 1989, o governo do presidente afegão Mohammad Najibullah herdou uma crise política e foi derrubado em 1992, quando um acordo entre os mujahideen permitiu a governança.

Nessa época, no sul do Afeganistão, surgiu um outro grupo militante, liderado por Mullah Mohammed Omar, que envolvia aprendizes do Islã sunita que pegavam em armas: o Talibã. “De 1994 a 1996, o Talibã se tornou o ator mais importante na guerra civil com as diversas facções mujahideen e ganhou rapidamente o controle do país e da capital”, explica Tobias Selge, pesquisador do Instituto Heidelberg de Pesquisas em Conflitos Internacionais.

O grupo radical dominou a capital, Cabul, em 1996, e assumiu o poder de importantes partes do país. Além de dar abrigo e proteção à rede terrorista da al-Qaeda, eles baniram as mulheres da maioria das atividades fora de casa e proibiram muitas manifestações culturais.

Um homem que disse ser membro da al-Qaeda discursa na província de Abyan, no Iêmen, em dezembro de 2009 (Foto: AFP)

2001: a invasão americana

O dia 11 de setembro de 2001 mudou a história do mundo e, em particular, do Afeganistão. Depois dos atentados com aviões nas torres gêmeas de Nova York, os americanos exigiram que o Talibã entregasse o chefe da rede al-Qaeda, que havia assumido a autoria dos ataques. Com a recusa do grupo, os EUA invadiram o Afeganistão, dando início à chamada Operação Liberdade Duradoura, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, para derrubar o Talibã.

Com ajuda americana, a Aliança do Norte (grupo de tadjiques, uzbeques e hazaras que lutavam contra o Talibã desde a década de 1990) tomou a cidade de Mazar-e-Sharif e depois Cabul.

A invasão, no entanto, não acabou com os ataques dos militantes talibãs. Nove anos depois, eles ainda tentam tomar o poder. A maioria cruzou a fronteira com o Paquistão e organiza de lá a insurgência, com ataques mais complexos. Segundo um relatório da inteligência americana, citado pela agência de notícias Reuters, o número de talibãs subiu de 7 mil em 2006 para 25 mil pessoas em 2009.

As torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, atingidas por dois aviões no atentado suicida de 11 de setembro de 2001 (Foto: Peter C. Brandt/Getty Images/AFP)

Reconstrução política

No final de 2001, uma conferência na Alemanha definiu os rumos da reconstrução do país com organizações internacionais e membros da oposição – o que ficou conhecido como Acordo de Bonn. Um mandato da ONU foi instaurado para ajudar na recuperação da nação.

Após o acordo, o pashtun [etnia majoritária no país] Hamid Karzai foi escolhido para chefiar um governo transitório. O mesmo líder venceu as primeiras eleições presidenciais em 2004 e foi reeleito em 2009, em um pleito com denúncias de corrupção e condenado pelos talibãs.

Fuzileiros americanos em base no sul do país, em dezembro de 2001 (Foto: Jim Hollander/AFP)

Para o antropólogo especialista em recontrução afegã e professor da Universidade de Boston Thomas Barfiel, lições podem ser aprendidas das experiências inglesa e russa. “Todos os estrangeiros entraram no país intoxicados por altas expectativas de vitórias fáceis e transformações rápidas. Todos deixaram o Afeganistão mais sóbrios, muito menos idealistas e satisfeitos em deixar os afegãos resolverem seus problemas do seu modo. […] Todo líder colocado por um Exército estrangeiro invasor falhou, mas todo governo colocado no poder por um Exército estrangeiro de saída do Afeganistão deu certo. Karzai é do primeiro tipo – fraco, indeciso e muito próximo de seus parceiros estrangeiros. O que os EUA precisam é de um novo líder que possa administrar o país sem tropas estrangeiras, mas com ajuda estrangeira. Foi assim que os ingleses e os russos resolveram seu problema afegão”.

O comando e a estratégia militar


O Acordo de Bonn também estabeleceu a criação da Força de Assistência e Segurança Internacional (Isaf, na sigla em inglês), com liderança rotativa de seis meses. Em agosto de 2003, a Isaf passou a ser comandada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Em 2009, o presidente americano, Barack Obama, enviou mais soldados ao país, elevando o total de homens a mais de 100 mil. O maior reforço de tropas foi para a região sul, onde se concentra atualmente a força da insurgência talibã. Obama estabeleceu o prazo de julho de 2011 como o início da retirada das forças dos EUA do Afeganistão.

No mês de junho deste ano, o chefe da Isaf no Afeganistão foi demitido após ter criticado funcionários do governo Obama em entrevista à revista ‘Rolling Stone’. Stanley McChrystal deixou o posto para David Petraeus.

Segundo o analista Tobias Selge, do Instituto Heidelberg, após um período de relativo enfraquecimento, nos anos de 2003 a 2005, o Talibã ganhou força novamente em sua luta contra o governo de Karzai e a Isaf. “A partir de 2005, a guerra se torna mais complexa, com um cenário de insurgência. Consequentemente, as forças internacionais e o governo afegão se viram numa posição de empregar táticas de contrainsurgência. Portanto, vimos uma mudança de estratégia, pois esse tipo de esforço inclui ações não apenas militares, mas também civis para ‘ganhar os corações e as mentes’ dos afegãos.”

O conflito é classificado pelo Instituto Heidelberg como uma guerra dentro do Estado, mas que envolve atores externos, portanto, transnacional.”Do lado insurgente, encontramos o Talibã, o Hezb-e-Islami e outros atores islâmicos, assim como os ‘senhores da guerra’, que fazem um papel ambíguo, já que são importantes para o presidente Karzai espalhar seu controle por todo o Afeganistão. Há também o fato de que o conflito não está somente limitado às fronteiras afegãs, mas se infiltrou num sistema que inclui o Paquistão. A al-Qaeda, no entanto, tem um papel menor”.

Refugiada afegã segura criança em centro da agência da ONU para refugiados em Peshawar, no Paquistão, em junho deste ano (Foto: A. Majeed/AFP)

As tropas estrangeiras – atualmente vindas de 45 países diferentes – atuam em conjunto com o Exército afegão, que tem aproximadamente 119 mil homens. A previsão é de que esse número seja 134 mil em 2012. Mas, mesmo assim, as tropas nacionais não parecem estar prontas para herdar o fardo de uma guerra não acabada.

Segundo um relatório da organização International Crisis Group, “apesar dos bilhões de dólares de investimento internacional, a prontidão de combate do Exército [afegão] tem sido minada pelo fraco recrutamento e as políticas de retenção, logística inadequada,  treinamento e equipamentos insuficientes e liderança inconsistente”.

Uma conferência internacional de doadores na metade de julho deste ano definiu, com a concordância do governo Karzai, que o governo afegão deveria assumir a responsabilidade pela segurança em todas as partes do país até o final de 2014.

Mortos


As baixas civis e militares são uma das grandes críticas da comunidade internacional e do novo governo afegão ao comando da Otan na luta contra a insurgência no país. Os comandantes ocidentais geralmente negam acusações de mortes em massa de civis, dizendo que se trata de propaganda Talibã. Nesta semana, no entanto, documentos secretos sobre a guerra vazaram e comprovaram as baixas civis em muitos dos ataques das tropas estrangeiras.

Junho de 2010 foi o mês mais mortal desde a invasão americana, em 2001, com 102 militares mortos. Nesta semana, um grupo vazou documentos secretos da guerra do Afeganistão em que mortes de civis são relatadas.

Investimentos e corrupção

Arrasado pela guerra, 90% de todo gasto público do Afeganistão vem hoje de ajuda internacional. Porém, é possível que muito do que chega ao país não seja efetivamente aplicado no que deveria, desviado por um alto índice de corrupção. O governo e ONGs de ajuda internacional são frequentemente acusados de desviar recursos ou cobrar propinas. O país ficou em penúltimo lugar no ranking 2009 de corrupção da Transparência Internacional, perdendo apenas para a Somália.

Segundo uma pesquisa feita neste ano pela organização anticorrupção Integrity Watch Afghanistan, a propina quase dobrou desde 2007 e isso afeta o PIB em US$ 1 bilhão. “Aproximadamente 1,6 milhões de adultos – um em cada sete – experimentam propina direta no Afeganistão […] e 50% dos entrevistados consideraram que a corrupção encoraja a expansão do Talibã e um terço apontaram isso como causa do conflito em nível local, principalmente relacionado ao uso da terra “, conclui o estudo.

Segundo o texto, as principais consequências disso são a exclusão dos cidadãos do serviço público, a criação de conflitos e a erosão da legitimidade estatal.

Os investimentos externos são altos. O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou recentemente um empréstimo de US$125 bilhões ao país. Os EUA já gastaram, desde 2001, US$ 321 bilhões no Afeganistão e na Operação Liberdade Duradoura, segundo um relatório feito pelo Serviço de Pesquisas do Congresso. Ao todo, os americanos usaram mais de US$ 1 trilhão com a guerra ao terror – em valores ajustados para a atualidade, a mais cara guerra desde a Segunda Guerra Mundial.

A vida no Afeganistão hoje

Com todos essas dificuldades, é de se esperar que o Afeganistão seja um dos países com menor expectativa de vida, maior taxa de mortalidade infantil, pobreza e desigualdade do mundo. Apesar de melhorias realizadas – eleições democráticas, maior participação feminina, reconstrução de estradas, escolas e hospitais – ainda há muito o que fazer para estabilizar a vida dos 29 milhões de afegãos.

A pobreza é intensa – 36% da população vive abaixo dessa linha. O desemprego é crônico: a taxa de 35% [dado de 2008] coloca o país em 182º no ranking mundial.

A maioria da população não tem acesso à água potável e ao saneamento básico. A tuberculose é outra grande ameaça à saúde. O país tem a segunda pior taxa de mortalidade materna do mundo, atrás apenas de Serra Leoa. Para cada 10 mil nascimentos, 1.600 mulheres morrem no parto.

O acesso à eletricidade também é parco. Segundo um levantamento da agência de notícias Associated Press, o número de afegãos com eletricidade aumentou apenas de 6% em 2001 para 10% em 2010, muito abaixo da meta de oferecer energia a 65% da zona urbana e 25% da área rural até o final deste ano.

O país é o maior produtor de ópio do mundo, e, segundo um relatório de junho deste ano da agência da ONU para Crimes e Drogas, cerca de 1 milhão de afegãos entre 15 e 64 anos são viciados em drogas, cerca de 8% da população. A pesquisa mostra um aumento de 53% no número de usuários de ópoio e de 140% entre os usuários de heroína em comparação a dados de 2005.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/07/raio-x-da-guerra-afeganistao.html

*****

Não deixe de visitar o blog do CS – UNAMA. Durante essa semana vamos dar continuidade a este post especial. NÃO PERCAM!!!

Publicado por: CS - UNAMA | 29 de setembro de 2010

OTAN LIBERTA JORNALISTA DA AL JAZEERA NO AFEGANISTÃO.

Após a polêmica detenção de três jornalistas afegãos, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) libertou na manhã de sexta-feira, 24, Rahmatulah Nekzad, cinegrafista do canal Al Jazeera, e algumas horas depois assegurou que libertou o também cinegrafista que trabalha para o mesmo canal, Mohamed Nader .

Nader foi preso na província de Kandahar, por soldados da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), que o acusou de ter supostos laços com “as redes de propaganda” do movimento talibã afegão e informou ter encontrado granadas e munições em sua casa. Já Nekzad foi preso na segunda-feira, 20, na província de Ghazni, ao sul de Cabul.

As duas províncias, especialmente Kandahar, têm forte concentração de membros do Talibã, que tentam há anos expulsar as tropas estrangeiras e derrubar o governo do presidente Hamid Karzai.

Base da Otan em Kandahar

A força de segurança internacional declarou que as autoridades afegãs libertaram também um terceiro jornalista, Hojatulá Mujadidi, funcionário da emissora afegã “RTA”, preso no dia 18, quando ocorreram as eleições parlamentares. No entanto, a causa dessa última detenção não foi divulgada.

Ambos os jornalistas foram libertados um dia após a denúncia do canal de TV árabe, que divulgou um comunicado na semana passada afirmando que as detenções seriam uma tentativa da Isaf de “suprimir a cobertura exaustiva da guerra afegã” e a reação veio também do grupo de direitos humanos que forçou o presidente Hamid Karzai a vir à público e pedir uma investigação das prisões.

Fontes:

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/09/otan-liberta-jornalista-da-al-jazeera-preso-no-afeganistao.html

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/804043-sob-pressao-otan-liberta-jornalista-da-al-jazeera-no-afeganistao.shtml

http://br.noticias.yahoo.com/s/24092010/40/mundo-otan-liberta-2-jornalistas-detidos.html

NO PRÓXIMO FINAL DE SEMANA UM POST ESPECIAL SOBRE O AFEGANISTÃO. NÃO PERCAM!!!!

Publicado por: CS - UNAMA | 29 de setembro de 2010

AFEGANISTÃO, O PAÍS MAIS PERIGOSO DO MUNDO PARA NASCER!

Após oito anos da queda do regime Talibã, a violência e insegurança ainda assombra a população afegã. Em um país depreciado pela resistência do talibã, a violência entre membros de etnias rivais e exércitos privados, aperpétua guerra contra o terrorismo não tem grandes progressos.

Crianças vítimas de violência sexual, casamento forçados, envolvimento em ações suicida, desnutrição, trabalho e mortalidade infantil, torna-se um problema ainda maior,apesar dos bilhões de dólares da ajuda internacional, para o governo e entidades voluntárias no país.

Apesar das organizações de ajuda humanitária estarem presentes em 57% do território do Afeganistão, no restante são impedidas de auxiliar a população por causa da falta de segurança. A violência continua vencendo as organizações e entidades governamentais a frente da reconstrução do país, dificultando campanhas de saúde contra o sarampo e poliomielite, e assim prejudicando a saúde de centenas de crianças.

Os garotos forçados a participar de combates e até de ações suicida, a partir de uma “educação” distorcida sobre o livro sagrado, Alcorão, o santo ritual de devoção e de tornar-se um mártir, ou seja, se sacrificar para alegrar Allah.“Se o nosso comandante nos pede que façamos explodir os nossos pais, fá-lo-emos. Nunca poupamos ninguém”.Essas crianças, sem acesso a cultura, lazer tornam-se uma arma letal nas mãos de homens covardes e fanáticos.

O comprometimento da comunidade internacional diante da reconstrução do país possibilitou no ano de 2002 o empreendimento de campanhas como “Volta à Escola” indicando que, a melhor maneira de criar base para um futuro próspero é o investimento na educação, pois “se você fecha as portas da escola, enche as celas da prisão”. Mesmo sendo um investimento pacífico e humanitário, diversas escolas em todo o território nacional ainda sofrem frequentemente atentados terroristas e repressão por parte de opositores do país.

Existe uma grande diferença entre o que diz a lei e o que acontece nos fatos. É preciso uma mudança radical das mentalidades, para que todos os afegãos se conscientizem de que as crianças não são objetos para serem explorados.

Fonte: http://www.votebrasil.com/noticia/brasil-mundo/afeganistao-e-o-pior-lugar-do-mundo-para-criancas-diz-onu

NESSE FIM DE SEMANA GRANDES NOVIDADES NO BLOG DO CONSELHO DE SEGURANÇA – UNAMA.

NÃO PERCAM!!!!!!

Publicado por: CS - UNAMA | 28 de setembro de 2010

DOCUMENTO DE POSIÇÃO OFICIAL

Photo: Eric Kanalstein/UNAMA

Alguns meses antes dos 5 dias de simulação, os senhores já começam seus estudos, a partir do momento em que lhes é delegado o país que representarão e o comitê do qual farão parte. Durante este processo, é muito importante que os senhores identifiquem os interesses de seu país dentro do comitê.

A partir disso, trace metas para a negociação, identifique aliados e tenham claro o que desejam conseguir aprovar na resolução final.

Todo este processo deve resultar em um Documento de Posição Oficial (DPO) que deverá ser entregue à mesa diretora no primeiro dia de simulações, sendo que cada dupla deverá entregar apenas um DPO. Sugiro que os senhores sejam objetivos, não ultrapassando uma página. O documento deve conter no cabeçalho o nome oficial do país e o comitê. Em quatro ou cinco parágrafos exponha, de forma clara, o posicionamento de seu país perante o tema, seus objetivos e ressalvas. Destaco que não é necessário um histórico do país ou do tema, visto que este não é o objetivo do DPO. Este Documento faz parte do processo de análise dos senhores pela mesa diretora e todos os outros delegados terão acesso a este documento durante os debates.

Resumidamente, um DPO deve conter:

  • Cabeçalho com nome do comitê e nome oficial do país;
  • Introdução sobre o contexto do seu país no tema tratado;
  • Posicionamento atual, com objetivos, ressalvas e considerações que julguem pertinentes;
  • Conclusão;

Lembro aos senhores que devem ter sempre bem claro aquilo que podem declarar, e aquilo que usarão com moeda de barganha nas negociações. Portanto, não diga tudo em seu DPO, apenas as informações necessárias! Estaremos em um ambiente onde a negociação e argumentação serão intensas, e a barganha é um instrumento do qual dispõem, portanto, saibam usá-lo!

***

ATENÇÃO DELEGADOS! NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA, TEREMOS UM POST INÉDITO E CHEIO DE NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE O AFEGANISTÃO! NÃO PERCAM!!!

Publicado por: CS - UNAMA | 27 de setembro de 2010

Quer saber tudo que esta acontecendo no Afeganistão?

Durante essa semana o blog do Conselho de Segurança – UNAMA será atualizado diariamente com as últimas informações do Afeganistão. Não deixe de acompanhar!

2010 É O ANO MAIS SANGRENTO NA GUERRA DO AFEGANISTÃO

Desde a queda do regime talibã em 2001, o número de soldados estrangeiros mortos no Afeganistão vem subindo rapidamente. Em 2008 a quantidade de vitimas foi de 295, saltando para 521 em 2009.

Em apenas nove meses, o ano de 2010 pode ser considerado o mais violento para as forças internacionais. O número de soldados mortos ultrapassou os 521 e já chega a 530.

Na ultima terça-feira (21) um helicóptero caiu no sul do Afeganistão e vitimou nove soldados, todos americanos.  Segundo Yusus Ahmadi, porta-voz dos extremistas, os talibãs haveriam derrubado a aeronave. Essa versão dos fatos foi negada por uma autoridade do Pentágono, que disse não haver indícios de que a queda do helicóptero foi provocada por fogo inimigo. As tropas estadunidenses constituem dois terços dos 150.000 mil soldados enviados ao Afeganistão e constituem também a maioria dos mortos, chegando a 2.097 em nove anos.

A opinião dos países constituintes da ISAF se tornou majoritariamente contra o envio de tropas e essa situação levou países a retirarem suas forças armadas do Afeganistão. O presidente americano Barack Obama anunciou que suas tropas deixarão o território afegão em meados de 2011. Mas analistas são unânimes ao considerar que as forças afegãs precisarão de muitos anos para ter um número e formação suficiente para assumir o controle da segurança do país.

FONTE: G1

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/09/afeganistao-2010-e-o-ano-mais-violento-para-os-soldados-estrangeiros-1.html

Publicado por: CS - UNAMA | 16 de setembro de 2010

MAS, COMO FUNCIONA?…

Hoje o blog do CS UNAMA traz um post especial, para tirar as dúvidas mais comuns a respeito da Missão das Nações Unidas para o Afeganistão.

As perguntas e respostas foram retiradas do site oficial da UNAMA.

Este site é uma excelente fonte de pesquisa! Já conhecem? O endereço é:

http://unama.unmissions.org/

Photo: Fardin Waezi/UNAMA.

1.What is UNAMA’s role in Afghanistan?


The United Nations Assistance Mission in Afghanistan (UNAMA) is mandated to support the Afghan Government in its efforts to improve critical areas, including security, governance and economic development, and regional cooperation, as well as to support the full implementation of commitments made at the London Conference in January 2010 and at the Kabul Conference in July 2010.
2.What is UNAMA’s relationship with the Government of Afghanistan?

UNAMA was established in 2002 at the request of the Government to assist it and the people of Afghanistan in laying the foundations for sustainable peace and development. The Mission’s key priorities are to support Afghan-led efforts in areas of reintegration and reconciliation, regional cooperation, aid coherence and electoral assistance.
3.How does UNAMA work with United Nations agencies?

UNAMA is responsible for the direction and oversight of all UN relief, recovery and reconstruction activities in Afghanistan.One of the main functions of UNAMA’s Relief, Recovery and Reconstruction programme is to coordinate the humanitarian development activities of UN agencies and to promote aid effectiveness and good development practice.

UN programmes and agencies active in Afghanistan are listed in the UN Country Team section on the left-hand menu.

4.How is the United Nations different from other international actors in Afghanistan?


The United Nations have been involved in the region since 1946 when Afghanistan joined the UN General Assembly as a Member State.The UN Development Programme (UNDP) started carrying out aid and development work in the country in the 1950s, with other UN programmes and projects following.

The Organization has a long-term view to work with the Afghan Government and the people of Afghanistan to lay the foundations for sustainable peace and development.

5.How big is the Mission?
UNAMA is a political Mission directed and supported by the United Nations Department of Peacekeeping Operations. As an ‘integrated’ Mission, UNAMA has two main areas of activities: political affairs and development and humanitarian issues. The Mission currently has some 1,500 staff, the vast majority of whom (around 80 per cent) are Afghan nationals. UNAMA has 18 regional and provincial offices across Afghanistan and liaison offices in Islamabad and Teheran.

Older Posts »

Categorias